quarta-feira, 10 de julho de 2013

COMO ESTRANGEIROS...

“Ai de mim, que vivo como estrangeiro em Meseque, que habito entre as tendas de Quedar!” (Sl 120.5).

          Aquele que vive em meio a pessoas de outra etnia, outra língua, outra cultura, outro ambiente, outras tradições, outros hábitos, outros princípios, outro credo sente-se como estrangeiro. Aquele que vive em seu próprio país, mas recebe tratamento apropriado não de um filho da terra, mas de um estranho, também se sente estrangeiro.

          Não é fácil viver como estrangeiro. A pessoa fica sempre espremida entre a cultura nativa e a cultura atual, entre a velha história e a nova história, entre o linguajar de ontem e o linguajar de hoje. É um problema desgastante.

          O mesmo acontece com os cristãos. Porque todos os pecadores que se refugiaram em Cristo e se identificam com Cristo já não são deste mundo como Jesus também não é (João 17.16). Estamos aqui, porém já não somos daqui. Temos novos critérios, novos projetos de vida, novas obrigações, novos ideais, novos relacionamentos, novo estilo de vida. Daí a exortação de Pedro: “Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que eles observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus”. (1 Pe 2.11,12). “A nossa cidadania”, completa Paulo, “está nos céus”, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fp 3.20).

          É nesse contexto que entra a queixa do salmista: “Ai de mim, que vivo como estrangeiro em Meseque, que habito entre as tendas de Quedar!” Como estrangeiro não acomodado, com vontade enorme de voltar a Pátria, o salmista solta o desabafo: “Tenho vivido tempo demais entre os que odeiam a paz”, pois “sou um homem de paz; mas ainda que eu fale de paz, eles só falam de guerra” (Sl 120.5-7).

          Entre todos esses disparates, enquanto vivemos neste “Paroikos” (Casa temporária), deveria ser absolutamente normal ser reconhecido em sua própria pátria, casa e, acima de tudo, em sua própria Igreja ou Ministério; entretanto, com lamentos temporários, o desprezo ou a amnésia se apoderou cronicamente de alguns que amam conservar no confinamento aqueles que os elevam. Assim sendo, como filhos da terra, da Igreja e do ministério, o estrangeirismo temporário continua sendo o “carimbo” engendrado pelos líderes que só pensam na Terra e utopizam o céu e as palavras de Cristo. É difícil viver como estrangeiro...

                                                                                      Shalom... Pr. Croce.

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