“Ai de mim, que vivo como
estrangeiro em Meseque, que habito entre as tendas de Quedar!” (Sl
120.5).
Aquele que vive em
meio a pessoas de outra etnia, outra língua, outra cultura, outro ambiente,
outras tradições, outros hábitos, outros princípios, outro credo sente-se como
estrangeiro. Aquele que vive em seu próprio país, mas recebe tratamento
apropriado não de um filho da terra, mas de um estranho, também se sente
estrangeiro.
Não é fácil viver
como estrangeiro. A pessoa fica sempre espremida entre a cultura nativa e a
cultura atual, entre a velha história e a nova história, entre o linguajar de
ontem e o linguajar de hoje. É um problema desgastante.
O mesmo acontece com
os cristãos. Porque todos os pecadores que se refugiaram em Cristo e se
identificam com Cristo já não são deste mundo como Jesus também não é (João
17.16). Estamos aqui, porém já não somos daqui. Temos novos critérios, novos
projetos de vida, novas obrigações, novos ideais, novos relacionamentos, novo
estilo de vida. Daí a exortação de Pedro: “Amados, insisto em que, como
estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que
guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que eles
observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus”. (1 Pe 2.11,12).
“A nossa cidadania”, completa Paulo, “está nos céus”, de onde esperamos
ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fp 3.20).
É nesse contexto que
entra a queixa do salmista: “Ai de mim, que vivo como estrangeiro em Meseque,
que habito entre as tendas de Quedar!” Como estrangeiro não acomodado, com
vontade enorme de voltar a Pátria, o salmista solta o desabafo: “Tenho vivido
tempo demais entre os que odeiam a paz”, pois “sou um homem de paz; mas ainda
que eu fale de paz, eles só falam de guerra” (Sl 120.5-7).
Entre todos esses
disparates, enquanto vivemos neste “Paroikos” (Casa temporária), deveria ser
absolutamente normal ser reconhecido em sua própria pátria, casa e, acima de
tudo, em sua própria Igreja ou Ministério; entretanto, com lamentos temporários,
o desprezo ou a amnésia se apoderou cronicamente de alguns que amam conservar no
confinamento aqueles que os elevam. Assim sendo, como filhos da terra, da Igreja
e do ministério, o estrangeirismo temporário continua sendo o “carimbo”
engendrado pelos líderes que só pensam na Terra e utopizam o céu e as palavras
de Cristo. É difícil viver como estrangeiro...
Shalom... Pr.
Croce.
Nenhum comentário:
Postar um comentário