segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PERSPECTIVAS PARA O JOVEM TEÓLOGO NA SOCIEDADE


Meu objetivo nesta reflexão é tentar abrir as cortinas e focalizar as áreas em que um jovem teólogo pode atuar nessa sociedade obscura em que vivemos. Há um mundo em nossa volta sem esperança e sem projeção nenhuma para a vida eterna ou até mesmo para a vida. Essas pessoas esperam por nós, pois estão cegas e não podem ver o que vemos ouvir o que ouvimos. Entretanto poderão ouvir através de pregadores da palavra de Deus, pois temos o antídoto para este mal que assola a sociedade.

Acredito que quem procura um seminário, não o faz por acaso. Certamente são pessoas que possuem um chamado especial. Estão sendo conduzidos pelo Espírito Santo ao laboratório de Cristo e sendo moldados para um plano específico. É provável que alguns não saibam exatamente porque procuraram um seminário, isto é, emitir detalhes racionais; mas o Senhor sabe muito bem, pois Ele mesmo o conduziu ou está lhe conduzindo a um aprimoramento de sua Palavra. Há um mundo sedento da Palavra! Sei que você talvez esteja imaginando que esta reflexão seria para aqueles que já estão no seminário, todavia, creio que Deus estará convocando muitos jovens para o seu laboratório espiritual, preparando-os e enviando-os a várias partes do mundo nestes últimos dias. Certamente você será um deles.

Logicamente, é necessário que haja algumas sinalizações para que se evidencie essa inclinação. Dentre elas, consideramos que a chamada ministerial é o maior sinal e a mola propulsora na vida de um jovem seminarista. A expressão usada pelo Apóstolo Paulo em Rm 1.1 como “Kletós”, no grego traduzido como “chamado, vocacionado etc”.

Natureza da chamada. A responsabilidade da chamada ministerial é do Senhor. “E Ele mesmo concedeu uma para...” (Ef 4.11). Não se trata de uma incumbência dada por convenção, concilio ou outro órgão. Estes apenas confirmam, reconhecendo a chamada depois de um exame. (2 Tm 2.15).

Valorização da chamada. Essa é uma questão importantíssima para o teólogo, pelo fato de existir um campo vasto na área teológica. É fundamental que haja essa valorização para o desempenho ministerial. A própria palavra “Ministério” é tradução de uma palavra que também quer dizer “serviço, trabalho”. Portanto, é necessário saber em que ministério atuar, fato que se relaciona com o conhecimento do dom que Deus nos deu. Infelizmente, nossa juventude tem sofrido por falta de uma educação direcionada para vocação na área secular, entretanto, na área espiritual entendemos que seja diferente. Por outro lado, é inadmissível que um vocacionado para o direito se envolva com medicina, assim como um vocacionado para o ministério se envolva com outra tarefa que lhe sufoque a vocação ou lhe frustre. Sendo assim, é imprescindível que haja conhecimento e inclinação para cada vocação.

Campo de trabalho. Antigamente era muito difícil para os pentecostais conseguirem apoio para o estudo teológico. Havia uma pregação contrária por parte de uma grande maioria de líderes. Alguns chegavam a cometer o absurdo de dizer que Teologia não era coisa de Deus, embebidos pela ignorância que lhes cercavam. Pela graça de Deus e a insistência dos Institutos Teológicos através de homens que receberam do Senhor a tarefa de incentivar o saber teológico, hoje temos um reconhecimento através das principais Convenções da Assembléia de Deus e outras Denominações Pentecostais. As duas convenções oficiais das Assembléias de Deus, não consagram mais Ministros sem o devido curso teológico em entidades reconhecidas pelas mesmas. Isso foi um grande avanço.

Com esse reconhecimento expandiu-se o campo para os teólogos, principalmente para aqueles que atuam na área do ensino. Estamos vivendo em algumas instituições pentecostais um verdadeiro despertamento teológico. Somente recomendamos critérios para ingresso nessas instituições pelo fato de existirem muitos “Institutos Teológicos sem estrutura”, sem nenhum reconhecimento das Convenções e outros órgãos que dão credibilidade a instituição.

Portas Teológicas:
Ensino. Com especializações em áreas teológicas. Como já enfocamos, as exigências das convenções pentecostais para o ato consagratório abre campo de trabalho para os vacacionados na área do ensino.

Capelania Hospitalar/Exército etc. Esse é outro campo vasto para novos teólogos, com chamada específica nesta área.

Ministério Infantil. Com relação ao ministério infantil, estamos ainda engatinhando. Há muito que se fazer nessa área entre as Igrejas e os ministérios das mesmas. Pode se criar um ministério itinerante para ministrações específicas despertando talentos através de simpósios direcionados.

Ensino Religioso em Escolas Públicas. Esse é um departamento que os católicos querem dominar, pelo fato de ser uma estratégia antiga da Igreja. No entanto, como evangélicos, temos quem lutar para que nosso espaço seja garantido. Isso já está mudando, pois existem “grandes espaços” em muitas escolas públicas para tal atuação destes vocacionados.

Missões. Apesar de se falar muito em missões, temos poucos missionários de fato. As Igrejas estão sonolentas em ralação a Missões. Isso se comprova através do surgimento das Agências Missionárias. Se cada Igreja se transformasse em uma agencia de missões, certamente teríamos mais missionários nos campos.

Ministério Pastoral. De todos os ofícios do ministério cristão o pastorado é o mais conhecido em nossos dias. O título é dado até mesmo aos ministros em diferentes funções ministeriais. A função é tão honrosa, que no Antigo Testamento, freqüentemente atribui a Deus o título de Pastor de Israel. (Jr 23.4; Sl 23.1; 80.1). O verbo técnico da terminologia pastoral em hebraico é “Ra׳ah” “apascentar. Eu entendo que muito alunos procuram o seminário com seu ministério definido, principalmente com rela/cão ao pastorado. Dependendo da denominação o novo Pastor poderá assumir uma grande igreja, outros terão que formar suas próprias congregações.

Literatura. Este é um ministério muito carente. Temos poucos escritores nacionais. O ministério da literatura pode se expandir para o mundo. O importante é ter convicção da chamada para tal tarefa. Precisamos deixar nascer esse escritor que está dentro de nós.

Conferências/ Itinerância. Lamentavelmente, temos muitos evangelistas e ao mesmo tempo, grande carência dos mesmos. Devido a incorreta concepção do ministério Evangelístico, vemos as vezes, um Evangelista ocupado com uma pequena Igreja, completamente fora de sua função, ou mesmo sem qualquer evidência deste dom ministerial. É Evangelista simplesmente porque alguém determinou ou lhe deram este nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério Evangelístico. Precisamos regatar o verdadeiro conceito de Evangelista. Há uma grande porta aberta nesta área.

Mestres. Mestre é a última categoria de ministros arrolados em Ef 4.11. Sua finalidade é valiosíssima par Igreja de Deus. Os Mestres são fundamentais para preservação da doutrina.

Formação Teológica.
Clinica Pastoral.
Casas de Recuperações etc.

Essas portas são vastíssimas para o jovem teólogo. Falando francamente, não vejo dificuldades para aqueles que não conseguem enxergar nada mais a não ser o ministério. Aquele que nos chamou e nos enviou estará sempre nos encorajando. Ele espera muito de nós, pois nos confiou uma grande tarefa. A Ele toda glória!

Shalom...
Pr. Croce

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A ESTRADA MAIS LONGA (EX 13.17-18)

Havia dois caminhos para a terra prometida:

1. O caminho pela terra dos filisteus.
2. O caminho através do deserto.

Somos informados que a rota do mediterrâneo podia ser percorrida sob condições normais entre oito a dez dias.

A estrada levava através de uma área povoada e era fácil, rápida e segura. Mas não foi o caminho escolhido por Deus.
A Filístia ficava no meio do caminho. Deus, portanto os levou para o sudeste, na direção do mar vermelho.
Ali não havia estradas, pontes e nenhum sinal visível que os orientasse. Nenhum recurso visível que suprissem suas necessidades. Deus faz também assim conosco porque o caminho do cristão é por fé e não por vista.

1. A PROVIDÊNCIA DO CAMINHO MAIS LONGO: Deus os levava. As providências eram tomadas por Deus. Não há acidentes para aqueles que andam na vontade de Deus. Deus mesmo escolhera o caminho para o seu povo. Esse caminho será sem acidentes. “Tendo Faraó deixado ir o povo... Deus os levou Israel. Deixaram de ser servos do Egito para ter outro Senhor. Foram libertos de uma escravidão para entrar em outra: a escravidão do amor e da graça” (Ex 13.7; 3.17).
“Os Judeus não estavam preparados para enfrentar os Filisteus” (1 Co 10.13). Em previsão amorosa, Deus escolheu o caminho mais longo para seu povo. (Sl 103.13,14).

1.1 Alguns princípios da Estrada mais longa:

a) Vamos analisar primeiro o outro lado. O princípio do caminho mais curto: Esse é o caminho do mundo, do julgamento, da aceitação humana.
b) Esse caminho que Deus rejeitou é conhecido no mundo como atalho: caminhos atrativos e humanos e das inclinações. Os homens gostam desse caminho para fugir da monotonia. Muitos entram pelo caminho da luxúria etc. Esse é o caminho da mentira, do engano, do suborno, da fuga, da mudança desnecessária etc.
c) Exemplos: Esaú escolheu o caminho mais curto quando vendeu sua primogenitura por um prato de comida. Hipotecou o futuro em troca de lucros imediatos; (Mt 7.13,14; Lc 13.24). O caminho é estreito. Demas; Saul; Judas; Simão o mágico; Geazi etc., são exemplos daqueles que procuram atalhos.

1.2 A estrada mais longa inverte a ordem:

É uma caminhada pela fé, e não pela vista.
Caracteriza-se por uma disposição de esperar, confiar em Deus. Devemos ter certeza de que o caminho do Senhor é o melhor. Cada filho de Deus deve entender que não há sucesso sem sacrifício, e nenhuma recompensa sem trabalho.
É preciso que haja obediência, antes que as bênçãos sejam concedidas. Na obediência está também a renúncia.
A providência da estrada longa é levá-los a uma fé perfeita em Deus. Educá-los. Essa é a pedagogia de Deus.

2. O PROPÓSITO DA ESTRADA MAIS LONGA:
O caminho do deserto foi o da disciplina. Autodisciplina. Palavra muito difícil para muitos...
Primeiro Israel precisou conhecer a Deus. Deus os levou para onde o povo ficava completamente dependente dos recursos divinos. Os homens raramente aceitam a Deus no tempo da prosperidade.
Quanto mais negra à noite, mais brilhantes são as estrelas (Is 55.8-9). Os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos! Deus levou a nação sozinha através da solidão a lugares estéreis, onde o povo ficava totalmente dependente dos recursos divinos. ”Geralmente o caminho mais longo é o caminho mais curto de volta para o lar”.

2.1 Propósitos:
a) Demonstrar seu poder (Milagres e maravilhas, no Egito, etc).
b) Receber a Lei na solidão do deserto para que pudessem se organizar em comunidade antes de entrar em Canaã.
c) Para que pudesse aprender a humildade.
d) Isso ficou bem exemplificado nas quatro grandes entregas de Abraão: 1) Ele não foi chamado logo no começo para sacrificar o seu filho. Este foi o teste final: Primeiro foi chamado para entregar a sua vida. Separar-se do povo de sua terra. 2) Depois teve que entregar seus direitos permitindo que seu sobrinho Ló, fizesse a melhor escolha. 3) Mais tarde, ele se submeteu à oportunidade de tornar-se rico, quando rejeitou a riqueza oferecida pelo rei de Sodoma. 4) A prova final veio quando foi chamado para oferecer o seu filho Isaque como sacrifício.
O propósito da estrada mais longa ainda se discerne melhor quando acompanhamos a história de Israel através do deserto. Mais tarde o povo enfrentou muitas batalhas com os filisteus, contudo, no começo, Deus não permitiu.

3. Duas lições importantes:

Conhecer a si mesmo e conhecer a Deus. (Dt 8.2,3).

Deus os levou para o deserto para que Ele pudesse encontrá-los ali; falar com eles; revelar-se a eles, ensinando-lhes a se conhecerem e a conhecê-lo.
Israel jamais conheceria Deus numa estrada feita por Homens. Israel destinava-se a ser uma nação sacerdotal. Você também jamais conhecerá a Deus através de métodos humanos... Quando os filhos de Israel deixaram o Egito, eram indisciplinados; portanto, tinham que ser treinados na escola do deserto.

4. O Privilégio da Estrada mais longa:
4. 1. Depender de Deus. Você já aprendeu a depender de Deus? Quais são suas experiências? Em nossa caminhada com Ele, há passagens luminosas, além das sombras, alegrias além das tristezas, raios de sol além das chuvas ou tempestades...

Freqüentemente Deus nos conduz a vales escuros para nos ensinar a bênção da comunhão divina. (Sl 23.4). “Vale da sombra da morte”. O deserto e o vale são experiências que nos preparam aqui para a estrada que jaz a nossa frente.

5. As pessoas da Estrada mais longa:

5.1. José e sua trajetória;
5.2. Apóstolo Paulo: Queria pregar aos Romanos, contudo foi para lá preso; mas na prisão saíram lindas epístolas.
5.3. Cristo: também passou pelo deserto.
5.4. Daniel e seus companheiros;
5.5. João Bunyan; David Livingston;
5.6. Gunnar Vingren e Daniel Berg, etc.

Constantemente há ziguezagues em nossos caminhos. Deus não nos prometeu levar-nos ao céu pelo caminho mais curto “Não os peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”. (Jo 17.15). Temos a Escola da experiência. Aprender a não confiar na carne, para representar Deus. Vamos nos conformar e aceitar a estrada mais longa sem fazer atalhos.

SHALOM...
PR. CROCE.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A necessidade de progredir (I Ts 4.1-12)

“PARA QUE CONTINUEIS A PROGREDIR CADA VEZ MAIS...”(1 Tessalonicenses 4.1b)

A palavra progredir faz parte de nossos projetos e de toda nossa sociedade. Todos pensam em progredir em alguma coisa, e na verdade ninguém fica sem progredir, se bem que algumas progressões são regressivas, outras más.

É claro que nosso objetivo é falar sobre a nossa progressão espiritual. E nesse sentido para uma boa introdução basta olharmos a nossa progressividade em relação ao passado. Logo, constataremos que em algumas coisas evoluímos e outras estacionamos ou regredimos.

Infelizmente, no campo espiritual parece que temos a tendência de “regredir”. Pois muitos começam bem e em tom progressivo, mas de repente, entram no processo de regressão com tanta rapidez, que até ultrapassam o marco inicial de forma que se encontram piores do que quando começaram.

Ao olharmos para nós mesmos vamos vasculhar nossos progressos ou estabelecer metas progressivas.

I – PROGREDIR: CAMINHAR PARA ADIANTE, AVANÇAR; IR AUMENTANDO.

No grego: PEISSEVO = abundar; transbordar; ser mais que suficiente.
O apóstolo Paulo tece alguns elogios, mas também exorta a igreja a pureza e ao amor. Embora fossem verdadeiramente convertidos, havia entre eles alguns remanescentes da antiga vida pagã. Não podemos esquecer que a cidade era totalmente corrompida e imoral, por isso Paulo almeja o crescimento da Igreja.

1. Progredir nos ensinamentos recebidos (v.1).

“Como recebestes de nós.. maneira de andar...”.

1.1 O dever da lembrança do que foi ensinado.
1.2 Obedecer. Repetir os ensinamentos (v.2).

2. Progredir cada vez mais na santificação (v. 3-8).

2.1 Descrição da santificação (-8).
v.6 – PLEONOKTEO: Enganar: ultrapassar o certo; transgredir, exceder.

3. Progredir cada vez mais em caridade (amor) Filadélfia (v.9).

Está em todo amor que um ser humano sente pelo outro, o cuidado que tem por outrem tal como cuida de si mesmo; o amor que deve haver entre a família divina.
Obs.: Há várias modalidades de amor: amor de Deus pelos homens, por Deus; por Cristo; de Cristo para com os homens e dos homens por outros homens. Podemos mostrar que amamos a Deus quando amarmos uns aos outros.

3.1 Há uma grande necessidade de progredirmos espiritualmente nesse exercício espiritual.
3.2 Expressões ou atitudes inadequadas ao amor ao próximo: A maior delas: A falsidade, ou a difamação etc.

4. Progredir cada vez mais no nosso trabalho (v.11).

4.1
Nos negócios.
4.2 No trabalho.

5. Progredir cada vez mais na honestidade (v.12).

5.1 Resultados: Bom testemunho para os que estão de fora.

Conclusão

Verifiquemo-nos se estamos progredindo nos ensinos recebidos. Na santificação, amor; no trabalho; honestidade: testemunho. Deus exige isso de nós. Não se esqueça, você nasceu para progredir, crescer para glória de Deus…
Shalom….
Pr Croce.