terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A PORTA DOS LÁBIOS...


“Coloca Senhor, um guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Sl 141.3).

NÃO PODEMOS FALAR TUDO que nos vem à mente. Há palavras fora do tempo. Há palavras sujas, falsas, caluniadoras, bajuladoras. Há palavras intempestivas, carregadas de inveja, de raiva, de vingança. Há palavras que provocam alterações sem fim, que humilham de propósito o interlocutor, que suscitam brigas. Há palavras macias e perfumadas, “mais suaves que o azeite”, que “destilam mel”, cujo único propósito é levar alguém ao adultério (Pv 5.3). Há palavras que expressam arrogância e autopromoção. Há bocas que só diz blasfêmias (Ap 3.16).

Frente a esse sério problema, o salmista faz o seguinte pedido a Deus: “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Sl 141.3).

Essa “sentinela” vai tapar a boca do salmista, vai controlar os seus lábios, vai impedir que ele fale o que não agrada a Deus. A vantagem é muito grande, porque “quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando” (Pv 13.3). Na verdade, “quem é cuidadoso no que se fala evita muito sofrimento” (Pv 21.23).

Naturalmente o salmista recorre a Deus porque sabe muito bem que a língua “é um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero” (Tg 3.8). Apesar de ser “um pequeno órgão do corpo”, ela “se vangloria de grandes coisas”, assim como “um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha” (Tg 3.5). É mais difícil domar a língua do que os animais selvagens. Além do mais, está escrito que “no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda a palavra inútil que tiverem falado” (Mt 12.36).


Extraido de REFEIÇÕES DIÁRIAS COM SABOR DOS SALMOS; Elben M. Lenz César, Editora Ultimato, pg 353.