quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tendências Heréticas Hodiernas

Estamos vivendo épocas difíceis no que tange a heresias, e com a brevidade da volta de Cristo elas se avolumam cada dia mais. Como já sabemos, os autores de todas heresias sempre foram os demônios, pois eles têm a missão especial de preparar o caminho do Anticristo; mas o Espírito Santo, que prepara a Igreja para o arrebatamento nos adverte acerca das tendências maléficas desses últimos dias, conf. I Tm 4.1. Nosso propósito neste artigo é descrever sucintamente as ramificações heréticas desses tempos difíceis e suas origens.

1. Tendências heréticas dos últimos tempos: As seitas sempre existiram, são tão velhas quanto aos demônios, pois, desde os primórdios do cristianismo, a Igreja lutou verazmente contra os heréticos que comumente se manifestavam no seio da Igreja conf. (Gl 1.6; 2 Ts 2.3,7; 1 Tm 1.3,4; Jd 1.3-19 etc.) entretanto, nestes últimos dias, o espírito do Anticristo inspira multidões, usando todos os meios possíveis para que haja menos conversões ao cristianismo puro ( 1 Jo 2.18-20). Isso acontece através de um cristianismo apóstata e crescente bem diante de nossos olhos, que parece com crentes, cantam como os crentes, falam línguas como os crentes e até profetizam, mas sem compromisso com Deus e com a Bíblia (Mt 24.4,5). Nesse cristianismo, vale tudo, pois eles não sabem o que significa renúncia; o que importa é o coração.

a) A apostasia da fé. De acordo com I Tm 4.1 "...alguns apostatarão da fé...". No grego a palavra é “aphistemi”, que significa "levar `a revolta, desviar, afastar-se, apostatar". Esse verbo significa rejeitar uma posição anterior, aderindo a posição diferente e contraditória à primeira; perder a primeira fé, repelindo-a em favor de outra crença . Assim como no cristianismo primitivo muitos desviaram-se da fé envolvendo-se com o gnosticismo cristão, também acontece em larga escala nos dias atuais. Esse desvio da fé, representa Teologicamente o desvio do sistema de doutrinas e crenças do cristianismo, (II Tm 4.3-5).

b) Abandono da Bíblia. Quando falamos de abandono da Bíblia, estamos nos referindo a falta de estudo sistemático, ausência nas Escolas Dominicais e desinteresse total. Tais pessoas acreditam mais no que os outros dizem e se alimenta das "bolotas" heréticas nos livros espúrios que questionam e desrespeitam o texto sagrado. Quando Deus usa alguém exortando-os a lerem a Bíblia, eles dizem que não tem tempo ou que não possuem paciência necessária; entretanto possuem paciência para novelas, filmes, jornais, e comentários extra-bíblicos. Ultimamente, infelizmente, muitos crentes estão trocando a leitura Bíblica por outras leituras e essa prática é uma presa fácil para aceitação de heresias. Na verdade as heresias não se manifestam com o nome de heresias, normalmente são assuntos atrativos e interessantes, que só podem ser refutados com o devido conhecimento bíblico. (II Tm 3.14-17).

c) Abandono da simplicidade que há em Cristo: De acordo com II Co 11.3, o Apóstolo Paulo exorta a Igreja a permanecer na simplicidade que há em Cristo. Simplicidade é a tradução da palavra grega: " Aplotes", que significa singeleza , sinceridade, retidão; estando em mira uma sincera devoção a Cristo. O Apóstolo mostra que a serpente usou de astúcia para enganar Eva. Astúcia no original é "panourgia" significando muitas formas de obras sutis, astutas. Há nessa palavra a idéia de uma sabedoria negativa e destrutiva, diabolicamente empregada. Satanás sempre foi o grande mestre dessa forma contrária de sabedoria, e Paulo reputava os falsos apóstolos como excelentes aprendizes dos caminhos tortuosos de Satanás.

2.Tendências heréticas do povo brasileiro. A cultura brasileira favorece exageradamente o sincretismo religioso. Dificilmente se encontrará outro país em que, cultura, tenham se mesclado com tamanha facilidade. No Brasil, mais do que em qualquer lugar do mundo, o negro, os europeus e os nativos deixaram de ser africanos, brancos e índios para sumirem simplesmente uma nova identidade, a brasileira. Se esta peculiaridade ajudou para que o Brasil tivesse uma só língua, contribuiu também para que nascesse uma religião sincrética com muitas heresias.

a) o crescimento das crendices: Conforme o dicionário Aurélio, crendice significa: "crença popular absurda e ridícula; crendeirice; superstição". Essa tendência é cada vez mais crescente, pois está impregnada na religiosidade do povo brasileiro e em muitos arraiais evangélicos. Tomamos como exemplo o próprio catolicismo, que se diz uma religião cristã, mas adota como padroeira uma imagem pescada no Rio Parnaíba, fundam uma cidade com o seu próprio nome e a tornam o centro das mais absurdas crendices. O maior centro idólatra do país e isso com anuência do Vaticano. A Palavra de Deus diz: "Bem-aventurada a nação cujo Deus é o Senhor”. Não a Senhora!

b) Os "gurus" brasileiros: A Palavra guru vem do hindu, e quer dizer: "venerável" um mestre ou guia espiritual que congrega à sua volta seguidores, as vezes fanáticos etc. Temos muitos desses no Brasil que infelizmente desviam o povo de Deus através de sua popularidade e seus escritos místicos. O Povo brasileiro precisa aprender que só quem pode salvar é Jesus. (Jo 14.6). Esses "gurus" a quem muitos o seguem como se fosse Deus, são instrumentos de Satanás, preparando o mundo para chegada do Anticristo. (II Ts 2. 6-10).

c) A religiosidade mística e supersticiosa do Brasil: Nessa religiosidade, lugares, objetos, frases pré-elaboradas, e pessoas têm valores sobrenaturais. Daí vê-se no Brasil tantos lugares de romarias. Observa-se que no catolicismo, espiritismo e protestantismo há intercessores (vivos ou mortos) que desfrutam de maior favor diante de Deus, cujas orações resolvem todos os problemas da vida. No Brasil publicam-se orações prontas nos jornais e os evangélicos ensinam a recitar o Salmo 91 em caso de opressão demoníaca. "Como se este Salmo tivesse mais poder que o restante da Bíblia". Observa-se que as fitinhas do Senhor do Bonfim penduradas no espelho retrovisor de um carro tem os mesmo similares no espiritismo com colares protetores do mal olhado e no protestantismo com os recentes adesivos nos automóveis que dizem enigmaticamente: "Está amarrado!".

Lamentavelmente o nosso país é vítima de todos os tipos de heresias, aliás, elas já estão globalizadas. A América Latina gravita culturalmente em torno dos EUA, que é o campeão das heresias. Sabemos que não é possível erradicar as heresias porque elas fazem parte de um sistema maligno e perverso, que dominará o mundo através de seu comandante, o Anticristo. Contudo, salientamos que o único meio eficaz de combater as heresias, é o conhecimento sistemático da Palavra de Deus. O crente que não valoriza o estudo da Bíblia será presa fácil para o sistema herético global do Anticristo. Amemos mais a Palavra de Deus!

Pr. José Elias Croce

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Fundamentos para educação religiosa

Teologia e educação são duas palavras que se casam, pois toda boa educação vem de Deus e toda Teologia é educação. Há um grande interesse de Deus em despertar vidas que se dediquem ao estudo sistemático de sua palavra e que sejam teólogos- educadores. Esse interesse divino é acentuado em várias passagens bíblicas tanto no A T, como no N T.

I. A Educação Religiosa no Antigo Testamento

Nas Escrituras hebraicas, a principal palavra que significa ensinar ou educar é “Torah - É interessante observar que esta palavra também significa “lei”. Deriva-se de um verbo que significa “apontar, mostrar e orientar”. Um novo verbo, mais recente, significa “disciplinar, corrigir, admoestar”. Outros termos atribuídos à educação, no Antigo Testamento, expressam idéias de discernimento, sabedoria, conhecimento, iluminação, visão, inspiração e nutrição.

Cada vez que se ensina alguma coisa, destaca-se a prioridade da “vida” , que é o ponto de partida para toda forma de educação. O ensino do A T não é aplicado apenas para o desenvolvimento do intelecto, mas para comunicar e ensinar a viver de acordo com suas crenças e necessidades. Além da palavra “Torah”, citada anteriormente, temos mais três palavras hebraicas que expressam a idéia de ensino no A T.:
1. YADAH , com significado semelhante a “vir a conhecer”. Inclui a idéia de que a experiência ensina. (Veja Jó 32.7).
2. YARAH, que significa: “mostrar, dirigir, ensinar”. Esta palavra tem uma importância prática bem definida, (Veja Sl 86.11;25.8; 119.102)
3. LAMAD, talvez a única palavra que parece enfocar o objeto da compreensão , porém expressa também com muita nitidez o desenvolvimento de técnicas de guerra (Dt 4.5,18;Ed 7.10;Jr 32.33;2 Sm 22.344; Sl 18.3,4).

Portanto, o incentivo à educação teológica é uma constante no A T. Podemos ainda tomar como exemplo o Salmo 78.3-7, onde o povo de Deus promete que vai ensinar fielmente a cada geração vindoura “os feitos gloriosos do Senhor”(v. 4). Encontramos várias citações indicando que o próprio Deus é o verdadeiro professor, por ex.: Is 30.20, onde seu povo é incitado a buscar instrução nEle e em sua Palavra. (Sl 78.1; 119.27; Is 8.19,10;54.13; Jr 31.33-34).

II. A Educação Religiosa no Novo Testamento.

O Novo Testamento reúne os acontecimentos do A T e gera novos acontecimentos objetivando a educação. Toda teologia do Novo Testamento é direcionada para educação. Essa é a constante meta de Deus. Em um sentido bem real, a educação do A T preparou o caminho para o programa didático do N T. Jesus é o destaque, o Mestre por excelência. Tanto através de exemplos como por mandamentos, Jesus enfatiza a importância do ministério da educação . Ele próprio era fundamentalmente um Mestre, vindo de Deus( Jo 3.2). Durante sua missão terrena, era chamado de “Mestre” com mais freqüência que qualquer outra designação. Nos quatro evangelhos, é mencionado como Mestre oitenta e nove vezes; como pregador, apenas doze vezes. Naturalmente, sua doutrina e pregação se fundiam, mas sua obra didática era fundamental em tudo o que fazia. A maior escola que já existiu consistia em ter a Jesus como professor e os doze apóstolos como alunos. Ele também ensinava as multidões. Os seus principais métodos constituem o ideal em direção do qual os educadores devem empenhar-se.

Esse princípio de Educação religiosa continua em todo Novo Testamento. Há uma convocação do próprio Cristo na chamada “grande comissão” em Mt 28.19,20. Em Atos 2.42, vemos que a Igreja primitiva cumpria sua missão de ensinar. O ensino era tão profundo que “em cada alma havia temor.” .

O Apóstolo Paulo, depois de sua experiência com Cristo, segue o mesmo método didático, gerando discípulos e incitando-os ao estudo e à educação. Escrevendo ao seu filho Timóteo, ele diz: “Persiste em ler, ensinar e exortar, até que eu vá” ( I Tm 4.13). Com essas palavras o apóstolo mostra um caminho pedagógico para o jovem pastor no exercício da educação religiosa:

1. Prósekhe; o tempo presente do verbo pede uma ação contínua, traduzido como “persiste, aplica-te”.
2. Anagnósei ,“leitura”. Usada como verbo, implica numa sábia escolha de passagens a serem lidas; leitura audível, o poder de expor corretamente.
3. Paraklései , exortação, encorajamento, a mesma raiz de consolador
4. Didaskalia, ensino, doutrina.

O Apóstolo Paulo, com essa instrução a Timóteo, criou um vocabulário para a responsabilidade educacional. Primeiramente sinaliza o dever da aprendizagem através da leitura ou estudo e depois, a missão de educar, ensinando o que se aprendeu. Esse pensamento está em concordância com os princípios ensinados por Jesus; pois, primeiramente, ele chamou: “vinde a mim...”, conf.( Mt 11.28 a) ; “vinde após mim...”, conf. ( Mt 4.19 a); “ficai, porém, na cidade de Jerusalém...”conf.( Lc 24.49 b).etc. Depois os envia conforme vemos em (Mc 16.l5 ) “Ide por todo mundo...”; e (Mt 28.19), “Ide e ensinai todas as nações...”

Dentro desses princípios, o IBP-INSTITUTO BÍBLICO PENTECOSTES, cumprindo sua missão de ensino e valorizando o “vinde” de Jesus, dá mais um passo para formação de obreiros através curso a distância. Com uma grade curricular direcionada para missão e pastoral, e com uma carga horária equivalente aos melhores cursos, dá mais uma oportunidade àqueles que receberam o “chamado ministerial” e anseiam obedecer primeiramente o “vinde” de Jesus, no objetivo de praticar a educação religiosa com sucesso, dentro do tempo disponível de cada um. Assim entendemos que estamos inseridos no processo educacional de Deus.

Pr. José Elias Croce
Diretor do IBP – Instituto Bíblico Pentecostes

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O amigo da onça


O amigo da onça é um personagem criado em 1943 pelo cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão. Foi publicado pela primeira vez na revista O Cruzeiro. O nome do personagem veio de uma anedota que envolve dois caçadores. Um pergunta para o outro:
- O que você faria se estivesse na selva e uma onça aparecesse em sua frente?
- Ora, dava um tiro nela.
- Mas se você não tivesse arma de fogo?
- Bom, então eu matava ela com mo meu facão.
- E se não tivesse um facão?
-Apanhava um pedaço de pau.
-E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
-Subiria numa árvore mais próxima.
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo.
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Então, o outro, já irritado, retruca:
-Afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?
Que neste tempo de tantas felicitações de uns para com os outros e possíveis construções de amizades e encontros de antigos “amigos”, saibamos detectar o “amigo da inça”. Eles estão por toda a parte, portanto, tome cuidado. Apesar de tudo isso, “O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado que um irmão” (Pv 18.24). Esse, jamais irá te colocar em dificuldades diante das onças!
Que o Senhor te guarde do amigo da Onça!
Shalom….
Pr Elias Croce