quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A ESTRADA MAIS LONGA (EX 13.17-18)

Havia dois caminhos para a terra prometida:

1. O caminho pela terra dos filisteus.
2. O caminho através do deserto.

Somos informados que a rota do mediterrâneo podia ser percorrida sob condições normais entre oito a dez dias.

A estrada levava através de uma área povoada e era fácil, rápida e segura. Mas não foi o caminho escolhido por Deus.
A Filístia ficava no meio do caminho. Deus, portanto os levou para o sudeste, na direção do mar vermelho.
Ali não havia estradas, pontes e nenhum sinal visível que os orientasse. Nenhum recurso visível que suprissem suas necessidades. Deus faz também assim conosco porque o caminho do cristão é por fé e não por vista.

1. A PROVIDÊNCIA DO CAMINHO MAIS LONGO: Deus os levava. As providências eram tomadas por Deus. Não há acidentes para aqueles que andam na vontade de Deus. Deus mesmo escolhera o caminho para o seu povo. Esse caminho será sem acidentes. “Tendo Faraó deixado ir o povo... Deus os levou Israel. Deixaram de ser servos do Egito para ter outro Senhor. Foram libertos de uma escravidão para entrar em outra: a escravidão do amor e da graça” (Ex 13.7; 3.17).
“Os Judeus não estavam preparados para enfrentar os Filisteus” (1 Co 10.13). Em previsão amorosa, Deus escolheu o caminho mais longo para seu povo. (Sl 103.13,14).

1.1 Alguns princípios da Estrada mais longa:

a) Vamos analisar primeiro o outro lado. O princípio do caminho mais curto: Esse é o caminho do mundo, do julgamento, da aceitação humana.
b) Esse caminho que Deus rejeitou é conhecido no mundo como atalho: caminhos atrativos e humanos e das inclinações. Os homens gostam desse caminho para fugir da monotonia. Muitos entram pelo caminho da luxúria etc. Esse é o caminho da mentira, do engano, do suborno, da fuga, da mudança desnecessária etc.
c) Exemplos: Esaú escolheu o caminho mais curto quando vendeu sua primogenitura por um prato de comida. Hipotecou o futuro em troca de lucros imediatos; (Mt 7.13,14; Lc 13.24). O caminho é estreito. Demas; Saul; Judas; Simão o mágico; Geazi etc., são exemplos daqueles que procuram atalhos.

1.2 A estrada mais longa inverte a ordem:

É uma caminhada pela fé, e não pela vista.
Caracteriza-se por uma disposição de esperar, confiar em Deus. Devemos ter certeza de que o caminho do Senhor é o melhor. Cada filho de Deus deve entender que não há sucesso sem sacrifício, e nenhuma recompensa sem trabalho.
É preciso que haja obediência, antes que as bênçãos sejam concedidas. Na obediência está também a renúncia.
A providência da estrada longa é levá-los a uma fé perfeita em Deus. Educá-los. Essa é a pedagogia de Deus.

2. O PROPÓSITO DA ESTRADA MAIS LONGA:
O caminho do deserto foi o da disciplina. Autodisciplina. Palavra muito difícil para muitos...
Primeiro Israel precisou conhecer a Deus. Deus os levou para onde o povo ficava completamente dependente dos recursos divinos. Os homens raramente aceitam a Deus no tempo da prosperidade.
Quanto mais negra à noite, mais brilhantes são as estrelas (Is 55.8-9). Os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos! Deus levou a nação sozinha através da solidão a lugares estéreis, onde o povo ficava totalmente dependente dos recursos divinos. ”Geralmente o caminho mais longo é o caminho mais curto de volta para o lar”.

2.1 Propósitos:
a) Demonstrar seu poder (Milagres e maravilhas, no Egito, etc).
b) Receber a Lei na solidão do deserto para que pudessem se organizar em comunidade antes de entrar em Canaã.
c) Para que pudesse aprender a humildade.
d) Isso ficou bem exemplificado nas quatro grandes entregas de Abraão: 1) Ele não foi chamado logo no começo para sacrificar o seu filho. Este foi o teste final: Primeiro foi chamado para entregar a sua vida. Separar-se do povo de sua terra. 2) Depois teve que entregar seus direitos permitindo que seu sobrinho Ló, fizesse a melhor escolha. 3) Mais tarde, ele se submeteu à oportunidade de tornar-se rico, quando rejeitou a riqueza oferecida pelo rei de Sodoma. 4) A prova final veio quando foi chamado para oferecer o seu filho Isaque como sacrifício.
O propósito da estrada mais longa ainda se discerne melhor quando acompanhamos a história de Israel através do deserto. Mais tarde o povo enfrentou muitas batalhas com os filisteus, contudo, no começo, Deus não permitiu.

3. Duas lições importantes:

Conhecer a si mesmo e conhecer a Deus. (Dt 8.2,3).

Deus os levou para o deserto para que Ele pudesse encontrá-los ali; falar com eles; revelar-se a eles, ensinando-lhes a se conhecerem e a conhecê-lo.
Israel jamais conheceria Deus numa estrada feita por Homens. Israel destinava-se a ser uma nação sacerdotal. Você também jamais conhecerá a Deus através de métodos humanos... Quando os filhos de Israel deixaram o Egito, eram indisciplinados; portanto, tinham que ser treinados na escola do deserto.

4. O Privilégio da Estrada mais longa:
4. 1. Depender de Deus. Você já aprendeu a depender de Deus? Quais são suas experiências? Em nossa caminhada com Ele, há passagens luminosas, além das sombras, alegrias além das tristezas, raios de sol além das chuvas ou tempestades...

Freqüentemente Deus nos conduz a vales escuros para nos ensinar a bênção da comunhão divina. (Sl 23.4). “Vale da sombra da morte”. O deserto e o vale são experiências que nos preparam aqui para a estrada que jaz a nossa frente.

5. As pessoas da Estrada mais longa:

5.1. José e sua trajetória;
5.2. Apóstolo Paulo: Queria pregar aos Romanos, contudo foi para lá preso; mas na prisão saíram lindas epístolas.
5.3. Cristo: também passou pelo deserto.
5.4. Daniel e seus companheiros;
5.5. João Bunyan; David Livingston;
5.6. Gunnar Vingren e Daniel Berg, etc.

Constantemente há ziguezagues em nossos caminhos. Deus não nos prometeu levar-nos ao céu pelo caminho mais curto “Não os peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”. (Jo 17.15). Temos a Escola da experiência. Aprender a não confiar na carne, para representar Deus. Vamos nos conformar e aceitar a estrada mais longa sem fazer atalhos.

SHALOM...
PR. CROCE.

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